O dia em que decidimos que matar é bom
Anotem a data: 02 de maio de 2011. Tinha que ter um 11, para lembrar aquele, de setembro, há 10 anos. Naquele dia, milhares de mortes foram lamentadas, orquestradas por uma pessoa que, ao morrer assassinada, levou outros milhares às ruas para comemorar. É nossa nova maçã, aquela em que decidimos ser deuses e expomos a vergonha ao mundo. Nada, nunca, vai justificar aquelas mortes, mesmo a parceria quase irônica dos próprios Estados Unidos com Osama Bin Laden décadas atrás. Mas não é menos bárbaro ver milhares de pessoas festejando a morte de alguém como se fosse a conquista de um título de Copa do Mundo. Entendo o alívio e até mesmo o sentimento de vingança. Mas a manifestação não apenas demonstra o alcance da degração social generalizada como abre espaço para mais ódio, ou seja, é possível que outros Osamos venham aí.
Originalmente publicada em http://noticias.uol.com.br/album/110502festamortebinladen_album.jhtm#fotoNav=9 |
Imagens semelhantes a esta me deprimiram bastante hoje. Por isso mesmo vou manter aqui o tom sóbrio - essa é a palavra que o assunto merece. Quem quiser ler mais sobre o tema, recomendo: "Não há razão para comemorar um assassinato", diz historiadora após morte de Bin Laden, entrevista de Thiago Chaves-Scarelli, do UOL Notícias no portal UOL feita com a historiadora Maria Aparecida de Aquino, professora em História Social da Universidade de São Paulo (USP); e Conselho de Segurança da ONU "celebra" morte de Bin Laden, da AFP também para UOL.
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