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sábado, 15 de maio de 2010

Biblioteca do Congresso dos EUA adquire todos os arquivos do Twitter

Acontece na rede ning do SINARQUIVO discussão sobre o fato da Biblioteca do Congresso dos EUA adquirir "todos" os arquivos do Twitter. Retransmito o que coloquei lá: sendo o Twitter "instantâneo" e numeroso, algum filtro deve haver para não guardar a imensidão de lixo eletrônico online - mas ainda assim é um anúncio importante, pois daqui a algum tempo podemos querer estudar estes instantâneos desta época.

Cada vez mais políticos, governos, empresas, entre outros, participam das redes com informações, comentários e reflexões que podem ter repercussão histórica de interesse para a pesquisa, tanto pelo caráter contextualizador como responsabilizador das manifestações de instituições e agentes públicos - sem falar na questão jurídica, probatória e até criminal, com questões como pedofilia, terrorismo, etc. Pelo sistema básico, essas informações se perderiam. Funciona mais ou menos, imagino, como o "em cache" do Google que muitas vezes nos permite acesso a versões não corrigidas de matérias e opiniões precipitadas e sites tirados do ar pelos mais diversos motivos, inclusive de censura.

No entanto, exatamente pelo caráter volátil das redes eu mesma não entendi como a biblioteca vai fazer isso, e se conseguirá fazê-lo de fato, já que muitos dos tweets incluem links gerados para conteúdos armazenados em outras redes tão voláteis quanto o próprio Twitter e que podem ser deletados.





Na verdade este é mais um capítulo do prenúncio de uma nova Idade das Trevas, ou ao menos de grandes lacunas, cuja iminência e necessidade de ação muitos ainda não perceberam. E, antes que alguém diga que o problema é o online, não vamos longe: a qualidade das impressões são pífias se comparadas às tintas de outros tempos, algo que deveria ser repensado ao menos quando tratamos de documentos, mas quem compra em geral não considera o futuro, apenas o presente. E aí vemos documentos apagados e sem a menor razão de ser (e nem estamos entrando no mérito de OEM para que esses documentos nasçam da forma correta e nem da conservação e preservação do local onde estarão armazenados e acondicionados, nem do suporte...).

Enfim, muito a fazer. Eu diria que a biblioteca tem tentado ser uma espécie de Arca de Noé: tenta reservar o que há para quando o dilúvio chegar.






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