Dias fora, muitos acontecimentos, como acompanhar
Alguns dias fora participando do VIII CAM em Montevidéu onde informação e novas tecnologias foram pauta e lendo os jornais acumulados - embora acompanhasse as notícias online - trouxeram algumas novidades. Tantas que às vezes nem dá tempo de comentar. Uma delas foi o mergulho de cabeça da Zero Hora em uma nova forma de utilizar as ferramentas e redes online como Twitter, YouTube, etc., que já utilizavam. Agora é utilizada de forma muito mais intensa como fonte, aproveitando posts e twits de pessoas que "estão onde está a notícia". Muito bem. Vá lá que o repórter não consegue estar em todos os lugares e que sempre se valorizou denúncias, informações, etc. Ele reporta, afinal, e não só o que vê, mas o que ouve, o que lê, e assim por diante. Mas é preciso reforçar e muito uma outra prerrogativa jornalística que é a confirmação dessas fontes.
Nenhuma empresa séria vai deixar de pensar nisso, podem dizer. Mas há que chamar a atenção para o fato. Afinal, é uma avalanche - ou no caso da pauta da chuva, uma enxurrada - de fontes que passaram a ser consideradas, e uma editora sozinha não vai dar conta. O próprio jornal admitiu que uma das suas jornalistas não conseguia levantar da cadeira onde gerenciava as informações chegando. E tudo isso em um cenário onde qualquer um pode ser contratado como jornalista é preocupante, pois quantos terão o cuidado devido? Não é corporativismo. É aquela simples reflexão de que liberdade de informação é uma coisa, liberdade de registro de uma profissão que exige qualificação é outra. Abram alas para as informações e todos os informantes.
Que tenhamos jornalistas qualificados para conferir a veracidade dessas informações e para buscar outros pontos de vista. Aí, sim, teremos jornalismo, cidadania e qualidade de informação. Alguns falam dos grandes nomes da imprensa que não tinham formação de jornalista. De tempos de grandes discursos que viravam colunas de jornais e vice-versa. Outros tempos. Me preocupo bem menos - nada, na verdade - com os grandes nomes. Possuem outras formações? Sim, mas Eles se identificam, assumem, assinam. O anonimato é que preocupa. E a rede propicia esse anonimato para o bem e para o mal.
Outro ponto... esquerda, direita, volver... a eleição do DCE da UFRGS. Particularmente nunca gostei do jogo partidário que envolve os centros acadêmicos, seja de qual partido for. Mas a política no sentido de agir estrategicamente em grupo, de reivindicar, de discutir e cobrar dos governos e da sociedade mudanças necessárias, isso precisa continuar. "Fora Fulano" talvez não seja mesmo, seja quem for a vítima da vez, o melhor foco. Não é possível que justamente no meio universitário se calem as vozes que acordam os acomodados. Resolver problemas internos dos estudantes, sim, mas com os olhos abertos no que acontece em volta. Para que não aconteçam aqui episódios como o da Uniban, onde impróprio ou não o traje, foram empregadas as mais equivocadas justificativas (que sequer eram possíveis) para o que aconteceu. Lembremos que o Talibã virou o que conhecemos exatamente no meio universitário.
Ou seja: estamos condenados entre a apatia completa e o fundamentalismo e o moralismo? É exatamente na universidade onde temos mais responsabilidade de discutir isso. A sociedade está pagando. Mesmo se for particular, a universidade recebe recursos. Quem está lá dentro tem que dar resposta. Se posicionar. Não tem tempo? Quando sair, terá ainda menos. E às vezes saia, sim, às ruas, mesmo que pareça algo antiquado. Sente-se um palhaço? E se nada mudar, não vai se sentir assim, também? Pensam muito diferente do que o grupinho que aparece mais? Organize-se. Porque é legítimo que de centros acadêmicos surjam lideranças que depois vão concorrer a cargos públicos e decidir por você. Opine. Vote. E lembre em quem votou.
Se a preguiça ou a correria for tanta, aproveite a ferramenta-mania preferida de nossa era: encher a caixa de e-mail do SEU - assim, possessivo - vereador, deputado, senador. Confira se ele está votando no que você acredita.
Resumo da ópera: não sou contra nem a favor de quem ganhou a eleição do DCE. Sou a favor de que haja mudança e discussão. Só não gosto e me preocupo é com o tom de que um ou outro está totalmente errado ou certo. Nenhum estará sempre. Nem chiita nem alienado: o caminho do meio - e aqui filosoficamente falando, bem entendido!
A propósito: a PEC 33/2009 segue para o Senado. E-mails em http://jornalista-so-com-diploma.ning.com/profiles/blogs/pela-pec-do-diploma-envie-sua.
Para refletir:
"La memoria"
Letra y música: León Gieco
Los viejos amores que no están,
la ilusión de los que perdieron,
todas las promesas que se van,
y los que en cualquier guerra se cayeron.
Todo está guardado en la memoria,
sueño de la vida y de la historia.
El engaño y la complicidad
de los genocidas que están sueltos,
el indulto y el punto final
a las bestias de aquel infierno.
Todo está guardado en la memoria,
sueño de la vida y de la historia.
La memoria despierta para herir
a los pueblos dormidos
que no la dejan vivir
libre como el viento.
Los desaparecidos que se buscan
con el color de sus nacimientos,
el hambre y la abundancia que se juntan,
el mal trato con su mal recuerdo.
Todo está clavado en la memoria,
espina de la vida y de la historia.
Dos mil comerían por un año
con lo que cuesta un minuto militar
Cuántos dejarían de ser esclavos
por el precio de una bomba al mar.
Todo está clavado en la memoria,
espina de la vida y de la historia.
La memoria pincha hasta sangrar,
a los pueblos que la amarran
y no la dejan andar
libre como el viento.
Todos los muertos de la A.M.I.A.
y los de la Embajada de Israel,
el poder secreto de las armas,
la justicia que mira y no ve.
Todo está escondido en la memoria,
refugio de la vida y de la historia.
Fue cuando se callaron las iglesias,
fue cuando el fútbol se lo comió todo,
que los padres palotinos y Angelelli
dejaron su sangre en el lodo.
Todo está escondido en la memoria,
refugio de la vida y de la historia.
La memoria estalla hasta vencer
a los pueblos que la aplastan
y que no la dejan ser
libre como el viento.
La bala a Chico Méndez en Brasil,
150.000 guatemaltecos,
los mineros que enfrentan al fusil,
represión estudiantil en México.
Todo está cargado en la memoria,
arma de la vida y de la historia.
América con almas destruidas,
los chicos que mata el escuadrón,
suplicio de Mugica por las villas,
dignidad de Rodolfo Walsh.
Todo está cargado en la memoria,
arma de la vida y de la historia.
La memoria apunta hasta matar
a los pueblos que la callan
y no la dejan volar
libre como el viento.
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