Quo... tas?
Em tempos de discussões a respeito das cotas raciais e sociais para universidades, foi lançado o site do Centro de Cultura Negra do Rio Grande do Sul - http://www.ccnrs.com.br. Além da óbvia necessidade, dentro dessa nossa cultura desmemoriada e que só enxerga - e só mostra - o que quer, fazendo com que os negros (não apenas, mas principalmente) sintam-se verdadeiros ETs dentro da realidade que a mídia aparenta existir, agora, mais precisamente, torna-se uma importante fonte e espaço para conhecimento e discussão a respeito desta idéia que vêm agitando os meios acadêmicos: as cotas nas universidades.
Particularmente, já ouvi defensores de ambos os lados. O que trata da dívida histórica da sociedade com as minorias, especialmente com os negros; e o que reflete sobre uma nova discriminação que aconteceria em função destas cotas. E não pensem que são opiniões apenas de brancos, os negros também temem esse novo preconceito.
A questão é: do jeito que está, não dá pra ficar. Acredito que seja necessária, em primeiro lugar, a instituição urgente das cotas sociais. Aí, pense um pouco... esses não seriam discriminados? "Não, esses não". Por quê?? Ah, então só os negros? Hmmm.
Então ainda temos problemas raciais (capaz!). E é exatamente por isso que precisam ser instituídas. Assumamos, e quem concorrer a elas, esse "risco" inicial, para tentar mudar esse quadro em que nas universidades (e nem precisamos ir tão longe) é raro encontar UM negro na sala de aula. Muito mais difícil, ao menos, que encontrar brancos desfavorecidos, que até entram mais tarde, mas em muito maior número.
E temos que ser realistas: NADA disso vai adiantar se não houver um investimento muito grande na educação e nas oportunidades de trabalho, pois pais sem emprego tiram seus filhos da escola pra ajudar, é preciso ter em mente que é apenas um paliativo. É um círculo vicioso, pois depois esses filhos também não possuem qualificação para seguir suas próprias vidas, e lá começa a mesma história. Enfim: são soluções temporárias, que precisam ter um prazo. E terminar. Sim, terminar! Porque a sociedade precisa saber que essa teórica (ô!) mamata vai acabar, e portanto precisa cobrar os governos para ter um preparo cultural e financeiro lá na frente. Mas isso é outra história. Já ouviu falar em reforma política? Ihhh... deixa pra lá e voltemos ao que interessa agora.
Vincular esses futuros profissionais com escolas públicas como forma de retorno do que receberam, talvez seja uma idéia interessante. Poderiam ser o exemplo vivo do que é possível fazer, e multiplicar o resultado, justificando - como se precisassem - as benesses recebidas. TALVEZ, repito, pois não adianta obrigar essas pessoas a trabalhar voluntariamente e aí elas não se sustentarem novamente. Mas pode haver incentivo para empresas que contratarem esses profissionais e concordarem em liberá-los em alguns horários para isso. Resolvido o problema? Nem metade! Mas até pra chegar ao meio tem que começar de algum lugar.
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