Espaço para comentar notícias, falar sobre o cotidiano, política, comunicação, e a cultura que nos leva a ser quem somos. Ou será o contrário?

terça-feira, 28 de junho de 2011

Quarteto vocal Anonymmi Quattuor no Sarau Lírico de julho

O Museu de História da Medicina do Rio Grande do Sul (MUHM) promove no Quintas no Museu de 07 de julho seu Sarau Lírico mensal com o quarteto vocal Anonymmi Quattuor, composto por Úrsula Collischon – Soprano, Letícia Grützmann – Contralto, Lucas Alves – Tenor e Vicente Casanova – Barítono e Diretor Artístico. A coordenação geral é do médico Aury Hilário, diretor-presidente da Associação Gaúcha de Cultura Musical, com apoio do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul. Os saraus acontecem tradicionalmente na 1ª quinta-feira de cada mês na Sala Rita Lobato do MUHM - av. Independência, 270 - Centro Histórico de Porto Alegre, fone (51) 3029-2900, sempre às 18h30min dentro do projeto Quintas no Museu. No programa, peças musicais renascentistas, cantadas à capella. 

A entrada é sempre gratuita, mas o museu convida aos que puderem participar da campanha de arrecadação de alimentos da Associação Saúde Criança, que levem suas contribuições no dia do evento (ou também após, para os que esquecerem, ou a qualquer momento que desejarem). Os alimentos que têm maior demanda são: feijão, açúcar, óleo, massa, farinha de trigo e de milho e leite integral. A associação repassa em forma de cesta básica às famílias atendidas, que são encaminhadas pelo Hospital da Criança Conceição. Saiba mais sobre o programa e o currículo dos músicos clicando aqui.

Quartas tem Sarau no Quarto: programação do Centro Cultural Érico Veríssimo

Amanhã (29) às 19h o Centro Cultural Érico Veríssimo (Andradas, 1223) promove o "Sarau no Quarto", com entrada franca na sala O Retrato do CCEV, nesta edição em homenagem ao poeta Mario Benedetti. A poesia de "Aos Mestres com carinho" fica por conta de Cristina Macedo com participação de Jorge Rein.
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terça-feira, 21 de junho de 2011

São Gabriel em cliques



Desde ontem (segunda-feira) em São Gabriel para gravar entrevistas do Projeto de História Oral do Museu de História da Medicina do RS, eu e meus colegas acabamos descobrindo espaços culturais diferentes e valiosos na cidade. Foi assim também quando visitamos Bagé e Jaguarão, onde o Museu Dom Diogo, o Bistrô da Iarinha e a casa de Carlos Barbosa nos arrebataram. Dessa vez foi o Casarão Abreu, que se confunde com a história não só da Medicina na cidade mas das origens do município e portanto do RS, e também o Museu N. Sra. Do Rosário Bom Fim, ou Igreja do Galo, que após escapar da demolição tornou-se um espaço cultural acessível, com Reserva Técnica, espaço para exposições temporárias e muito mais possibilidades. Palmas para o Instituto Cultural e Educacional Harmonia Gabrielense, que tem sido responsável pela mobilização, divulgação e recuperação desses espaços. É sempre muito bom constatar que existem alternativas não só para os que vivem nessas cidades como para turistas que passem por elas.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Jornalistas até debaixo d'água!

Clique na foto para ver outras

Foi com chuva, mesmo: neste 17 de junho, 2 anos após a mais absurda decisão do STF, capitaneada pelo "Ministro-Empresário" Gilmar Mendes, os jornalistas gaúchos marcaram a data que deixou de exigir a obrigatoriedade do diploma de jornalista para exercer a profissão.

Com a alegação de que o diploma significa reserva de mercado e vai contra a liberdade de expressão os ministros foram, em 2009: contra a Educação, ao deixar de exigir qualificação mínima para o que não é simplesmente emitir opinião, mas apurar fatos, ouvir versões, estudar contextos e apresentar um conjunto de informações confirmadas, não simplesmente a opinião de quem contratou; contra o bem público, já que permite que assessorias de imprensa e órgãos públicos de jornalismo contratem quem  bem entendem, servindo de cabides de empregos; contra a qualidade da informação, já que não difere o texto opinativo e artigos de colunistas ou pessoas das mais diversas áreas e formações (inclusive nenhuma) de trabalho jornalístico; contra a inteligência das pessoas que são obrigadas a sustentar um Supremo Tribunal Federal desse (baixo) quilate, onde um "ministro" pode ser dono de cursinho preparatório para as provas da OAB e viajar pelo país divulgando o seu negócio. Querem que a população acredite que o STF luta pela liberdade de expressão. Por ela lutamos NÓS, JORNALISTAS. Eles aprovaram foi libertinagem de profissão. Se todos podemos fazer julgamentos, então todos podemos ser ministros do STF, é essa a lógica? Exigimos respeito à qualificação que tivemos e que FAZ diferença.

Enfim, foi contra tudo isso que os jornalistas protestaram hoje na Esquina Democrática, em Porto Alegre, ajudando a divulgar uma situação que não é devidamente divulgada exatamente pelo interesse sórdido de patrões da mídia com interesses escusos. Felizmente alguns colegas conseguem ter liberdade ou apoio suficientes para divulgar essa luta, mesmo que sem o espaço merecido. A todos esses colegas, que enfrentaram chuva, que enfrentam seus patrões e às vezes até seus próprios pares, minha homenagem.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Sindicato dos Jornalistas divulga protesto dia 17

Reproduzo aqui o texto disponível em http://www.jornalistas-rs.org.br/index.php?pagina=noticia-ler&id=501





Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul prepara para esta sexta-feira, 17 de junho, uma manifestação de protesto pelos dois anos da decisão do STF pela não-exigência do diploma em Jornalismo para exercício da profissão. Estudantes, profissionais, lideranças e simpatizantes farão concentração a partir das 11h30min na Esquina Democrática, no Centro dePorto Alegre, portando faixas e distribuindo o jornal Versão dos Jornalistas. Ao meio-dia, haverá marcha pela rua dos Andradas, com cartazes em defesa do diploma. A entidade conta com a presença de toda a categoria para o ato pacífico em prol da formação dos jornalistas, da profissão e da informação de qualidade para a sociedade.


 

Museum Next divulga pesquisa sobre museus no Facebook e Twitter

Pesquisa sobre Museus no Twitter e Facebook


Realizado em 26 e 27 de maio em Edimburgo, a conferência Museum Next liberou o acesso à pesquisa que desenvolveu sobre Museus, Twitter e Facebook, dos usos às possibilidades. Vale a pena conferir.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Consumo, normas e tratamento ao consumidor

Você já sentiu sentimentos pouco delicados por pessoas que falam, escrevem, acendem luzes, se mexem, fazem barulho, tudo isso no cinema? O que acharia de ir a um cinema onde a proibição de uso do celular é tão levado à sério que o consumidor pode ser expulso? Foi o que aconteceu em uma rede de cinemas americana em Austin. Mas a história não fica por aí: uma pessoa expulsa resolveu ligar para a empresa reclamando e teve sua ligação utilizada como propaganda. Até onde vai o direito da empresa em liberar essa ligação? E a pessoa expulsa, tinha razão se teoricamente conhecia as regras? Ela diz que não sabia da proibição quanto a SMS (mas alega que queria era acender a luz).

Bem, aqui aconteceu um caso contrário ao que temos observado nas redes sociais. o consumidor sendo ouvido e tendo retorno polido e rápido. Retorno, senão antes, a consumidora teve agora. Polidez e rapidez, já não sei. Mas quem sabe se uma promessa tão certa de ser levada a cabo não contribui mesmo para que aqueles que querem a garantia do silêncio virem fãs? Particularmente, eu gostaria de ir a um cinema que não é bagunçado. E ao conhecer as regras, as aceitaria. Mas e se assim como essa empresa todas começassem a fazer o mesmo, usar as ligações gravadas como propaganda? E a moça, será que vai entrar com pedido de indenização? Se sim, pode ganhar.

Veja aqui o vídeo, que foi originalmente postado em Conexão ZH (com nota no jornal impresso):

Para muitas pessoas, parece impossível passar o tempo de duração de um filme sem usar o celular. A maioria das salas recomenda que a plateia desligue os aparelhos, mas poucas levam a regra tão a sério como uma rede americana que promete expulsar os clientes que insistirem. Quando uma moça resolveu ligar para reclamar que havia sido mandada embora após enviar uma mensagem de SMS, a empresa decidiu transformar a gravação desaforada em propaganda.


sexta-feira, 10 de junho de 2011

Pelotas debate história e saúde na academia

O III Encontro Gaúcho de História e Saúde acontece em Pelotas de ontem até hoje (10) na sala 352 do Campus das Ciências Sociais da UFPEL, com a participação de historiadores de diversas universidades e instituições, como o Museu de História da Medicina e do pesquisador argentino Adrián Carbonetti, conferencista principal do evento. O caderno de textos está disponível para consulta no site www.muhm.org.br/gthistoriaesaude, do GT História e Saúde, promotor do encontro. As inscrições para ouvintes seguem abertas até a data do evento, enquanto houver vagas.

O GT História e Saúde é um grupo de trabalho da Associação Nacional de História/Seção RS e neste encontro apresenta cerca de 30 trabalhos acadêmicos de historiadores que pesquisam a saúde e a medicina do ponto de vista histórico. O pesquisador Adrián Carbonetti falou sobre a tuberculose na conferência "História Social da Tuberculose na cidade de Córdoba na Argentina, 1911-1947".


Na foto o pesquisador argentino Adrián Carbonetti.
Foto: José Pacheco. Agradecimento especial à Comunicação Social da UFPEL

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Entre as possibilidades de pesquisa existentes e que os historiadores estão apresentando em forma de trabalhos estão temas como saúde pública, sociedades de socorros mútuos, história das doenças, higiene, escravidão e mortalidade, estudos necrológicos, narrativas de benzedeiras, práticas terapêuticas e até temas da história mais recente como a licença maternidade. Os resumos estão no caderno de textos já divulgado pela coordenação do GT. Há poucos dias Pelotas também recebeu um encontro de História Oral, outra possibilidade de fonte de pesquisa utilizada pelos historiadores, como é o caso do Muhm, que possui um projeto nessa área e disponibiliza os vídeos em seu canal no YouTube (www.youtube.com/muhmrs).

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Ativismo 3.0

Criativo, é. SAC nas redes sociais costuma funcionar. Mas protestos virtuais são válidos até que ponto? Até o ponto que funcionam, mas vão funcionar até quando?

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Social Media Revolution 2011

Jornalista faz-tudo

Está cada vez mais comum: jornalista é faz-tudo, ou, como diz o jornalista Fernando Albrecht, é "remador de galés". Eu já chamo de "Geração Fígaro do jornalismo". É pau para toda a obra. Tento me contentar que ao menos não estou em uma redação que não deixa sair na rua, onde eu ia me sentir realmente frustrada. Enfim, fica um pouco de música para animar os colegas.

"Diálogos" no Museu Felizardo aborda notícias sobre pesquisas arqueológicas no Centro de Porto Alegre

No dia 30 de junho, quinta-feira, às 19h, o Museu Joaquim José Felizardo promove dentro de seu ciclo de palestras "Diálogos no Museu" a discussão  "Notícias das pesquisas arqueológicas no centro de Porto Alegre: do cais da alfândega à Casa de Correção". A entrada é franca, mas é preciso confirmar presença pelo e-mail museu@smc.prefpoa.com.br até Às 11h do dia do evento. Os palestrantes convidados são: Alberto Tavares Duarte (Mestre e arqueólogo Programa de Pós-Graduação da FAPA), Daniel Minossi (Acadêmico do curso de História da ULBRA), Fernanda Tocchetto (Doutora e Arqueóloga do Museu Joaquim Felizardo), e Marcelo Lazarotti (Mestrando de Historia da PUCRS). A atividade está prevista para encerrar às 21h. O Auditório do Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo, onde acontecem as palestras, fica na rua João Alfredo, 582, bairro Cidade Baixa.


A discussão é bastante pertinente, se pensarmos que as escavações por mais nobres motivos que tenham geram algum transtorno e costumam sofrer atrasos, gerando descontentamento da população e reflexo na mídia. Mas e os benefícios, alguém lembra? Certamente quando a Praça da Alfândega, por exemplo, for entregue restaurada, com informações históricas e potencial turístico, ninguém mais lembrará que a Feira do Livro teve de acontecer em volta dos tapumes. A memória é curta, mas ficam registrados nos mesmos jornais críticas e elogios.


   

AIDS: 30 anos depois

Amanhã, quinta-feira (09), às 18h45min, acontece no Museu de História da Medicina o evento "Med&Cine", que reúne história, cinema e medicina, e que nesta edição vai apresentar com direito a pipoca o filme "Filadélfia". Antes há um comentário situando o contexto histórico e cinematográfico, e, após, uma palestra, que neste dia será sobre os 30 anos da AIDS.

A inscrição é feita em www.nucleoacademico.org.br, variando entre a gratuidade e R$ 10 se na última hora. O montante arrecadado irá para a Casa de Acolhida Só Bebês. Mais informações no cartaz abaixo e em www.muhm.org.br.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Música lírica em Porto Alegre

Todo mundo reclama quando tem que pagar, fala que não tem dinheiro, mas muita gente ainda não vai (ou mora num iglu e não sabe) que o Museu de História da Medicina promove Saraus Líricos mensais na Sala Rita Lobato GRATUITAMENTE dentro do projeto Quintas no Museu. Para essas pessoas, aí vai uma pequena amostra, para verem se ficam empolgadas.



Quintas no Museu Sarau Lírico

DuetoBess, you is my woman now, da ópera PORGY AND BESS, de George Gershwin
Cíntia de los Santos (soprano)
Francis Padilha (barítono)
Érico Bezerra (pianista)
Sala Rita Lobato do Museu de História da Medicina do RS
Porto Alegre, 02 de junho de 2011
www.muhm.org.br



O detalhe é que é preciso chegar cedo, pois os saraus L-O-T-AM. E não é para menos: os nomes que já passaram pelo espaço são de profissionais, convidados a participar de programas nacionais e internacionais, alguns deles tendo se apresentado em uma rápida passagem por Porto Alegre, outros antes de ir de vez para o exterior.

Nos eventos, que acontecem toda 1ª quinta-feira de cada mês às 18h30min, é solicitado - mas não obrigatório - que os participantes levem contribuições para a Associação Saúde Criança, que ajuda crianças atendidas pelo Hospital da Criança Conceição a não reincidirem. Os alimentos que têm maior demanda são: feijão, açúcar, óleo, massa, farinha de trigo e de milho e leite integral. A associação repassa em forma de cesta básica às famílias. Próxima edição: 07 de julho (toda a 1ª quinta-feira, lembra?).






E para quem ainda NÃO acredita (sempre tem um "eu não sabia, nunca vi nada") que só vivendo em um iglu (desconectado, é claro, porque até os iglus andam chiques), aí vai só uma amostra da divulgação da última edição, por exemplo.

110601 Zh 2cad Concertos Sarau

A banda mais bairrista da cidade

Gaúcho é bairrista, mesmo. Mas dá pra se divertir com o fato. Após o fenômeno da Banda Mais Bonita da Cidade, veio "troco" gaudério. Autoexplicativo... com destaque para o "momento GRE-NAL".

sábado, 4 de junho de 2011

Ainda os mamilos

Está pegando fogo o debate sobre o mamaço, amamentação e exibição dos mamilos. Não gosto de ficar dando publicidade extra para as pessoas mas é o que está sendo feito, de parte a parte, com os envolvidos no caso. Começou com o vídeo do CQC, depois o blog "Escreva, Lola, Escreva", passou para blogs sobre a criação dos filhos como o "Mulher e Mãe" e se espalha pela rede. Concordo com os posts da minha colega de trabalho Sherol no seu blog "Achologias" e também gostei muito do da blogueira Kira. Mas se tem gente que quer se revoltar, qual é o problema? Que bom que ainda há algo que mexa com as pessoas.

Resumindo: a liberdade de expressão existe, é para todos, e que bom que temos canais para nos manifestarmos, é importante ter alguma opinião. Além disso, a palhaçada serviu para dar visibilidade a algo que não tinha nem ido ao ar em rede nacional, mas apenas na web, após o programa, o que significa que o programa de certa forma fez um favor com seus comentários (ridículos, mas a que tem direito) por tirar o povo da predominante inércia e trazer a discussão para um público bem mais amplo. Falar mal dos caras é que não lhes tira o sono, é exatamente o que dá mídia. Saldo, mesmo assim, positivo, pelo debate. Sigo defendendo a tese de que "posso não concordar com uma palavra do que dizes, mas vou morrer pelo direito de você dizê-a".

Obs: o título é "Ainda" em referência ao post anterior que traz o vídeo, inclusive. E amanhã às 11h está programado um mamaço no Parcão, em Porto Alegre. Não que eu me enquadre, mas fica a dica.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Será que agora vai?

O vídeo é entitulado "O Brasil na visão dos americanos", mas não é bem assim. A maioria deles ainda não nos vê como mostra o vídeo. Mas já é um grande progresso. As entrevistas com Eike Batista e Peninha e ainda o ex-presidente Lula, feitas pelo programa 60 minutos - que na verdade dedicou 13 ao Brasil, simbólico? - são bastante fiéis à situação geral, às sensações, esperanças e dúvidas que pairam sobre o nosso futuro, que como o apresentador lembra no início, parece finalmente ter chegado. É triste constatar alguns hábitos não abandonados, e preocupante, inclusive. Mas outros trechos fazem pensar sobre o quanto já mudamos e renovam a fé. Só não se sabe, como dizem os Paralamas, "fé em quê".

Até onde vai a liberdade de opinião

A mais recente polêmica midiática é a do mamaço, exibida no programa CQC 3.0, que vai "ao ar" na web após o da tv. Na última segunda-feira dois dos integrantes, "Rafinha"e Marco Luque, criticaram a "exibição dos mamilos" na amamentação, pregando que a mulher "pelo menos tape com um paninho" o seio. E encerraram falando de gravações de partos e exibição da genitália. Enquanto isso Marcelo Tas tentava contemporizar. Depois disso, choveram manifestações na web, inclusive mais mamaços (para os não iniciados, ato de dar de mamar coletivamente como forma de protesto). Bem, pessoalmente acho que o seio é para amamentar e se ele ganhou conotação sexual como o tempo deveria ser problema de quem vê seios assim. Tem gente que tem fetiche por pés e não vi ninguém sendo obrigado a usar coturnos. Daqui a pouco estaremos como os talibãs, obrigados a usar burcas, barbas, turbantes.



Entre proibir e manifestar que se sente incomodado, tem uma grande diferença, e proibir essa manifestação retorna ao problema inicial: qual opinião é a (mais) "certa"? Quem tem ou não direito de expressá-la? Francamente acredito que é melhor ter opiniões divergentes às claras do que fazer crescer monstros silenciosos. Melhor debater que sufocar assuntos.

Hoje, em Zero Hora (página 2), o colunista David Coimbra fez um lúcido embora como sempre um pouco exagerado texto sobre a vitimização e a intolerância à tolerância vigentes. É preciso lembrar que tanto ele quanto os humoristas acima citados costumam encarnar um certo personagem em seus programas. Mas as pessoas parecem ter dificuldade em fazer essa fina distinção, logo, pior fica quando encontram quem está falando definitivamente sério. A refletir:




    03 de junho de 2011 | N° 16719
    DAVID COIMBRA

        * As vítimas do Brasil

          OBrasil atingiu um nível de tolerância intolerável. Estamos sob a tirania dos mais fracos. Basta o sujeito ser de uma suposta minoria para oprimir a suposta maioria. Exemplo da hora: os ciclistas de Porto Alegre. São os oprimidos opressores do momento. Um psicopata engatou uma terceira e tocou o carro por cima de uma vintena deles, semanas atrás. Um crime, um absurdo e tudo mais. Mas por que os ciclistas estavam ocupando TODA a via PÚBLICA na hora do atropelamento? Por que os ciclistas de Porto Alegre, quando pedalam em grupo, continuam ocupando TODA a via pública?

          Outro dia alguém se queixou por ter ficado 15 minutos preso atrás de um pelotão de ciclistas, numa sexta à noite. Disse assim, o queixoso:

          – E se eu estivesse indo para o hospital? E se fosse uma emergência?

          Ora, não é preciso haver uma emergência para censurar quem bloqueia a via pública sem permissão. Posso estar indo ao cinema, ou para a minha casa, ou posso estar simplesmente rodando à toa, não interessa, eles NÃO TÊM DIREITO de obstruir a rua. Só que o caso do atropelador psicopata lhes conferiu uma arrogância desafiadora. Já vi ciclista xingando motoristas, ameaçando chutar a lataria do carro. Eles agora são inimigos do motor à explosão, defensores intransigentes da tração animal. E ninguém pode dizer que prefere andar de carro. Por quê? Porque se transformaram em vítimas. A vítima pode tudo, no Brasil.

          O cara fala nóis fumo, nóis vortemo, nóis pega os livro, mas num sabe lê? Não ouse corrigi-lo. Se o fizer, você revelará todo o seu preconceito linguístico, você será da classe dominante que oprime a classe dominada com a gramática. Pobre classe dominada, sufocada por mesóclises e concordâncias perfeitas. Há que se tolerar quem não fala a “norma culta”. Se o professor disser que quem fala nóis pega us livro está “falando errado”, o aluno vai se traumatizar, vai “se sentir entre dois mundos”. Mais uma vítima nesse país de vítimas.

          As verdadeiras vítimas do Brasil são os poderosos. Ou os supostamente poderosos: os parlamentares. Você quer posar de revolucionário, de defensor dos mais fracos, de corajoso? Enxovalhe o parlamento. Fale que é tudo culpa dos políticos, inclusive daquela taipa que você elegeu. É sempre saudável desancar um político. Faz bem para a pressão, alivia o estresse, todo mundo concorda com você e você se sente... uma vítima. Todos somos vítimas dos políticos.

          Agora mesmo, em meio à polêmica Bolsonaro-homofobia, ouvi gente boa defendendo publicamente o fim da imunidade parlamentar. Seria o mesmo que acabar com o Legislativo. Porque o deputado pode até ser uma besta, mas ele tem direito de dizer besteira. Ele é um parlamentar; o parlamentar parla. Bolsonaro está defendendo ideias retrógradas e tacanhas porque representa um eleitorado retrógrado e tacanho. Que tem direito à representação. Bolsonaro diz que não aceitaria que o filho dele fosse homossexual. O eleitorado dele também não aceitaria. Eu mesmo, eu aceitaria sem problemas que meu filho fosse homossexual, desde que não fosse corrupto ou vegetariano.

          Pronto. Acabei de transformar os vegetarianos em vítimas.

A "gente diferenciada" da cobertura

A Sala PF Gastal da Usina do Gasômetro está exibindo diariamente às 19h o documentário "Um Lugar ao Sol" sobre a vida de pessoas muito ricas, da alta sociedade, que vivem em coberturas e têm, digamos, um olhar diferente sobre muitas coisas. Destaque para as diversas possibilidades de uso do termo "diferenciada" e para os "fogos" vistos dos morros cariocas.


Um Lugar ao Sol, de Gabriel Mascaro (trailer) from gabrielmascaro on Vimeo.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Mais uma pra quem acha que museu só vive de passado

A dica da jornalista Bárbara Nickel hoje em Conexão ZH mostra que se até a Intel está ligada em museus e redes sociais, não tem como insistir na ideia absurda de que museus vivem de passado. Aí vai a novidade: o Museum of me (traduzido por "Meu Museu", mas eu prefiro "O Museu de Mim Mesmo") busca as informações da pessoa no Facebook e gera um museu dela mesma. Experimente em http://www.intel.com/museumofme.