Rio de Janeiro sedia I Encontro Nacional de Museus de História da Medicina
Nem todo mundo sabe, mas o Brasil possui quase duas dezenas de museus de História da Medicina espalhados pelo país, e é com o intuito de dar publicidade ao trabalho e às exposições e eventos desses locais que o Museu de História da Medicina do Rio Grande do Sul (Muhm) divulga o I Encontro Nacional de Museus de História da Medicina, que acontece nos dias 11 e 12 de março de 2010 no Auditório (Av. Franklin Roosevelt, 84, salas 803/804, Centro, Rio de Janeiro, RJ) da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), realizadora do evento. A iniciativa é apoiada pelo museu e pelos Sindicatos Médicos do Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco, Pará, São Paulo e Minas Gerais.
O encontro visa reunir e aproximar os representantes dos museus da área de todo o Brasil, impulsionar a criação da Rede Brasileira de Museus de Medicina, que já tem um site para que os museus se cadastrem, www.redemuseusmedicina.org.br, além de proporcionar a divulgação das atividades desenvolvidas e a discussão de questões técnicas referente a museus.
O público-alvo do evento é de profissionais e estudantes da área médica, histórica e museológica, e interessados por História da Medicina. As inscrições são gratuitas e feitas no local, e serão fornecidos certificados aos participantes. A programação está disponível em pdf e também no site do Muhm e inclui apresentações de médicos, historiadores e demais profissionais de museus de todo o país: Pará, Bahia, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e São Paulo estão na programação, mas outros estados, como Piauí, também vão enviar profissionais para o evento.
A abertura está prevista para as 9h do dia 11. Os médicos Paulo de Argollo Mendes, Presidente da Fenam, Waldir Araújo Cardoso, Secretário de Comunicação da entidade e José Caíres Meira, Secretário Geral Adjunto da federação, abrem o evento juntamente com o historiador Éverton Quevedo, Diretor do Muhm e também membro da Comissão Organizadora.
Segundo Quevedo, esta é uma oportunidade única para que os museus do país troquem experiências e divulguem suas ações. "Cada instituição pode incluir seus dados no site da Rede e assim o público passa a encontrar em um só local todas as informações de museus de História da Medicina", explica o historiador.
Informações:RS: www.muhm.org.br, imprensamuseu@simers.org.br, fone (51) 3029-2900, com Letícia Castro; RJ: www.fenam.org.br, imprensa@fenam.org.br, fone: (21) 2240-6739 / 2240-6426 (fax) com Denise Teixeira.
Curiosidades
Não só de artigos médicos são compostas estes museus. Entre as peças que integram seus acervos estão obras de Candido Portinari, Rodolfo Bernadelli, Batista da Costa e René Lalique; réplica fiel do estetoscópio em madeira inventado por Laennec em 1818, cujo original foi trazido para o Brasil pelo médico de D. Pedro I; óculos que pertenceram a escritores, intelectuais e políticos como Dom Pedro II, Juscelino Kubitschek, Getúlio Vargas, Rui Barbosa, Guimarães Rosa e José Lins do Rego; cadeira-trono onde D. Pedro II se sentava quando participava das sessões solenes da Academia Nacional de Medicina; objetos de uso pessoal dos médicos Juliano Moreira, Carlos Chagas, Oswaldo Cruz e Miguel Couto; além de peças curiosas que mostram de que maneira a medicina era praticada antigamente, como os bisturis utilizados no século XIX, o aparelho de alta frequência usado na década de 20 para terapia através de corrente elétrica; seringa do século XVIII utilizada na lavagem de ouvidos, bem como selos raros ligados a personalidades e fatos históricos relacionados à medicina.
A iniciativa do Rio Grande do Sul: o Muhm
Sede do Muhm
O Museu de História da Medicina do Rio Grande do Sul - Muhm - é uma iniciativa do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul - Simers - e tem como objetivo constituir acervos, cuidando de sua preservação, conservação, organização e divulgação, além http://www.flickr.com/photos/muhmrs/4138984958/in/set-72157622762942853/de ser um promotor e incentivador de pesquisas sobre a história médica no Estado. O acervo do museu é formado por doações, e já conta com 2 mil objetos museológicos, aproximadamente 5 mil livros e 10 mil documentos, entre raridades nacionais e estrangeiras e amplo material digitalizado para pesquisa, composto por doações de profissionais e familiares de todo o Estado.
Histórico
Em 2004, o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul iniciou um trabalho de recuperação da memória da Medicina intitulado "Memória Médica". Para conseguir as informações necessárias, foi realizada uma campanha, através da revista do sindicato, para mobilizar e incentivar médicos e comunidade a doar acervos museológicos, arquivísticos e bibliográficos. A resposta foi imediata, e o Acervo Histórico Simers começou a tomar forma, com doações de todo o estado. Novas campanhas foram realizadas, e o material continuou chegando.
Em 2006, já com um acervo considerável o Museu de História da Medicina do Rio Grande do Sul foi oficialmente criado, sendo a primeira instituição do gênero no RS. No dia 18 de outubro de 2006, Dia do Médico, o Muhm foi lançado à comunidade, juntamente com a exposição Retratos da Medicina: a história Médica no Rio Grande do Sul.
Exatamente um ano depois, o museu ganhou uma sede, e agora ocupa a parte frontal do prédio histórico do Hospital Beneficência Portuguesa (na av. Independência, 270), Centro de Porto Alegre. Desde então a mostra Retratos tornou-se itinerante e até o final de 2009 já terá visitado mais de 30 municípios.
No mundo virtual o museu trouxe A História do Sindicalismo Médico no Rio Grande do Sul, que aborda a trajetória do SIMERS e as conquistas da categoria médica em uma exposição que pode ser acessada de qualquer lugar do mundo pela Internet no endereço www.muhm.org.br/sindicalismo.
Enquanto isso, na sede, o Muhm foi para sua sétima exposição. A primeira chamou-se Olhares sobre a história da Medicina, seguida pela Mulheres e Práticas de Saúde: Medicina e Fé no Universo Feminino, aberta no Dia Internacional da Mulher e finalmente Desafios da Medicina - a luta pela vida. Junto com a mostra Desafios o museu inaugurou uma nova sala multifuncional, a Sala Rita Lobato, que passou a receber exposições de curta duração: A Medicina através dos Selos, Espaços de Saúde e Memória: Hospitais Históricos de Porto Alegre e, após, As Faces da Saúde – esta última resultado do 1º Prêmio MUHM de Fotografia.
Em outubro de 2009 o museu comemorou 2 anos com a sua oitava exposição – Compartilhando Memórias: o Muhm e seus Doadores, homenageando aqueles que ajudaram e continuam ajudando a tornar o museu possível por meio de doação de acervos. A exposição segue até 30 de abril de 2010.
Desde a instalação na sede em Porto Alegre, em outubro de 2007, quase 8 mil pessoas assinaram o livro assinaram o livro de visitas, além do livro que acompanha a exposição itinerante pelo interior do RS, que também já supera as 7 mil assinaturas.
O número de alunos que além de visitar o museu participam de oficinas já chega a 2.400 pessoas, em 91 turmas de escolas de Porto Alegre e Região Metropolitana. O Muhm contabiliza ainda a mediação de 45 grupos de adultos, a maior parte de faculdades de História e de Medicina, que trouxeram mais de 1.000 visitantes.
A estimativa do museu é de que mais de 100 mil pessoas já tenham passado por alguma exposição ou mostra de acervo do museu, seja no interior ou na sede, e o site já contabiliza mais de 650 mil acessos.
Além de sediar palestras acadêmicas e receber profissionais de todo o país, a partir da exposição Mulheres e Práticas de Saúde foi inaugurada uma programação cultural chamada Quintas no Museu. Gratuito e aberto à comunidade o projeto acontece nas quintas-feiras, ao final da tarde, na Sala Rita Lobato. O espaço é aberto para apresentações musicais, ciclos de palestras, bate-papos sobre saúde, história e medicina. O evento já apresentou palestras sobre saúde e medicina, além de ciclos sobre museus, educação e patrimônio.
Em 2009 o projeto Quintas no Museu passou ainda a oferecer, sempre na primeira quinta-feira do mês, Saraus Líricos, que já estão na segunda temporada.
Documentários
Todas as exposições são ilustradas através de trabalhos audiovisuais: "Fé" e "Vida" são documentários sobre parteiras e benzedeiras, e "Acordes da Vida" uma vídeo-colagem com filmes sobre a origem da vida e tipos de partos de acordo com diferentes culturas. Os anteriores contaram, respectivamente, a história de médicos de Rio Pardo e uma reconstituição da medicina no Rio Grande do Sul desde o tempo dos jesuítas.
Convênios
Como agente promotor, incentivador e fomentador de conhecimento, o museu realiza convênios com outras entidades, como a parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), que garante a digitalização teses da Faculdade de Medicina e que, gradualmente, são colocadas à disposição dos pesquisadores na Internet.
Outra iniciativa teve início logo após a inauguração da sede: um convênio com a Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e o Arquivo Histórico do RS, para a recuperação da documentação histórica do Hospital Beneficência Portuguesa. Mais recentemente foi firmado convênio para digitalização e divulgação de teses do acervo do Centro de Estudos do Hospital Parque Belém.
Atividades de iniciação científica
O Muhm já realizou ou apoiou jornadas na área de saúde e medicina e prêmios acadêmicos, como o Prêmio Professor Rubens Maciel. A partir de 2008 o site do museu também passou a abrigar um espaço para o Grupo de Trabalho em História e Saúde da regional do RS da Associação Nacional de História. No endereço www.muhm.org.br/gthistoriaesaudeé possível acessar o nome dos pesquisadores do grupo, saber notícias e assim ficar atualizado sobre eventos da área.
Ações Educativas
Os alunos participam de oficinas sobre a mostra que visitaram. Há diversas oficinas para diferentes faixas etárias que enfocam suas memórias e a relação delas com as exposições e temas vistos no museu, além de incentivar o cuidado com os diferentes tipos de patrimônio existentes.
Essas ações podem ser conhecidas pelo seu hot site www.muhm.org.br/educativo, que inclui informações sobre agendamento, datas disponíveis e fotos de visitas já realizadas.
Em 2009 também foram criados novos projetos para chegar mais perto da comunidade. Além de levar a mostra itinerante ao interior e estar presente em eventos, foram criados o Museu vai à Escola, o Museu vai até Você e o Museu vai ao Parque, para estar cada vez mais perto do seu público.
Cursos e Oficinas
Diversas atividades em forma de palestras, ciclos, cursos e oficinas já aconteceram no museu desde que abriu suas portas. Além das ações em que é promotor, é também parceiro ou local de execução de atividades de outras instituições.
O Curso de Fotografia Aplicada a Acervos, ministrado por Sérgio Sakakibara, professor de fotografia do Instituto de Artes da Ufrgs, já teve duas edições promovidas pela 1ª Região Museológica o Sistema Estadual de Museus (SEM/RS) – que congrega mais de 90 instituições das Regiões Metropolitana e Carbonífera e Litoral Norte e tem o historiador e diretor do Muhm Éverton Quevedo como coordenador – e Secretaria da Cultura, além do próprio museu e da Casa de Cultura Mario Quintana.
Noções de Museologia e Processo de Musealização foram outros cursos oferecidos pelo museu. Também foi local da visita técnica da oficina de
Expografia oferecida pelo SEM/RS.
Essas atividades acontecem paralelamente com os agendamentos de escolas, grupos especiais (de grupos de turismo a pacientes em acompanhamento psicológico ou deficiência física) e universidades, que muitas vezes demandam aulas e visitas técnicas específicas para abordar os conteúdos de sala de aula.
Cursos de graduação de Medicina, História, Arquitetura, Museologia, Arquivologia, Artes Plásticas, Educação, Turismo, além de técnicos em Segurança do Trabalho, Radiologia e Turismo já realizaram aulas ou visitas técnicas no museu.
O Quintas no Museu também ofereceu ciclos de palestras com fornecimento de certificados em temas como Museus e Educação, Patrimônio, Museus e Turismo, Fotografia e Hospitais de Porto Alegre.
Promoveu e apoiou em 2008 duas jornadas acadêmicas: uma trouxe representantes internacionais – como o pesquisador francês Dr. Jean-Pierre Goubert – e a que resultou no Prêmio Prof. Rubens Maciel. Em outubro deste ano ofereceu um Curso de Extensão em História da Medicina voltado tanto para a área de História como de Medicina.
Visitação
O horário de visitação é de terças a sextas-feiras, das 11h às 19h; sábados, domingos e feriados das 14h às 19h. Durante o horário de verão, o funcionamento é atrasado em uma hora: de terças a sextas-feiras, das 12h às 20h; sábados, domingos e feriados das 15h às 20h. Agendamento de grupos, escolas e faculdades podem ser feitos pelo endereço educativo.museu@simers.org.br.
Doações de acervo
O museu continua em permanente campanha para enriquecer ainda mais o seu. Os contatos são feitos pelo e-mail museu@simers.org.br ou pelo fone (51) 3029.2900.
Exposição AS FACES DA SAÚDE
Um comentário:
Como foi o encontro de Medicina?
Eu não pude ir, mas gostaria de saber os temas tratados.
Alguém sabe se falaram de radiologia no rio de janeiro?
Obrigada pela informação
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