Linguagem jornalística para web pós-Twitter
Na faculdade, especificamente nas aulas de radiojornalismo, os alunos são estimulados - ou desafiados - a escrever de forma objetiva e clara para poder ser entendido pelo ouvinte até mesmo se ele pegar a notícia no meio do caminho. Eventualmente precisará repetir a informação, quando for um programa mais longo. Porém, se for uma síntese noticiosa, o estilo de informação será muito parecido com o do Twitter, ou seja, um texto muito curto. Alguns detalhes exigem maior cuidado de acordo com cada "linguagem" jornalística, portanto. Se é televisão, precisa ter imagem. Se é rádio, é preciso ser muito claro, para que a pessoa "veja" com os ouvidos. A cacofonia soa ainda pior no rádio que na televisão, onde a imagem dispersa - ou disfarça - erros do gênero.
Nada disso é novidade para quem é da área, e ainda há muitos outros cuidados a seguir. No entanto, a Internet vem trazer mais normas. De início, o html e os hiperlinks possibilitavam textos maiores, podendo o leitor optar por aprofundar o tema ou não. Agora, mais recentemente, com o Twitter - e todas as demais redes sociais seguindo o estilo - limitando as postagens a 140 caracteres e a possibilidade de ler notícias pelo celular, novas adequações passam a ser exigidas. Nem todos os celulares estão habilitados a ler com qualidade as notícias que serão abertas nos links dos posts, por exemplo, e as conexões ainda não são, da mesma forma, as melhores, e ainda menos acessíveis em termos de preço.
Por esse e outros motivos, o jornalista que twitta e quer ser mais lido precisa pensar duas vezes ao postar seu texto, preferindo colocar links que levem a outras páginas de leitura fácil, sem tantos recursos gráficos, se quiser que o celular seja uma ferramenta de leitura do seu microblog. Além disso, mesmo que tecnologia e dinheiro não sejam problemas, o tempo sempre é.
Esta é apenas uma das mudanças que passarão a ser exigidas nos currículos de Jornalismo Online. Algumas universidades já estão lançando especializações de acordo, e as discussões como a que lancei hoje já são bastante recorrentes em outros sites da área da Comunicação. A acompanhar.
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