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quarta-feira, 9 de maio de 2012

Da Lepra à Hanseníase: exposição inaugura dia 17

No dia 17 de maio às 18h30min o Museu de História da Medicina (av. Independência, 270) inaugura sua próxima exposição, que se chamará Da lepra à hanseníase. A mostra, que ficará até 30 de setembro na Sala Rita Lobato, contará com vídeos e imagens históricas com acervo do próprio Hospital Colônia Itapuã, além de fotos recentes feitas pela Primeira Dama do Estado Sandra Genro, médica e fotógrafa, em visita ao local no início deste ano. A data antecede o Dia Internacional de Museus, comemorado no dia 18 de maio, e acontece dentro da 10ª Semana Nacional de Museus, promoção do Instituto Brasileiro de Museus do Ministério da Cultura (Ibram/MinC).


(Foto: Cedope HCI)

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A exposição pretende discutir e difundir a história das políticas públicas de saúde voltadas para uma doença emblemática na História da Humanidade, a lepra, hoje denominada no Brasil hanseníase. Impossível tratar do tema sem abordar os leprosários e mais tarde os Hospitais Colônias. Nesse sentido, ganha espaço o Hospital Colônia Itapuã (HCI), localizado a 67 Km de Porto Alegre, única instituição do gênero no RS.

A iniciativa possibilitará o reconhecimento dos atores sociais envolvidos: políticos, médicos e enfermos. A pretensão do MUHM é mostrar as transformações da moléstia ao longo do tempo, evidenciar que médicos e doentes estavam condicionados ao conhecimento técnico e científico do período, apontando assim que o isolamento era a única terapêutica reconhecidamente eficiente e que o estigma remonta a um imaginário tão antigo quanto a trajetória humana.

Isolamento e hospitais colônia

Hospitais colônia como o Itapuã tentavam reproduzir a vida do lado de fora. Assim foram construídas igrejas, pavilhões de diversões, foram estimuladas atividades esportivas e religiosas. A igreja luterana do local é uma das últimas obras do arquiteto Theo Wiederspahn, e houve até o Clube Esportivo Itapuã. Mas, apesar de haver casamentos como fora da colônia, os filhos eram transferidos ao nascer para outro local, o Amparo Santa Cruz. Situações semelhantes aconteceram país afora e atualmente existem ações para promover a reunião dessas famílias.

Para ilustrar a estrutura do hospital, um vídeo produzido pela Leopoldis-Som cedido pelo Museu do Trabalho e pela RBS TV, mostra o local em 1943. Já o documentário "Memórias do Isolamento", produzido pela doutora em História Juliane Serres e pelo fotodocumentarista Felipe Henrique Gavioli, dá conta do aspecto do isolamento por meio de entrevistas com internos. Um vídeo com trechos da mini-série "Rei Davi", com imagens cedidas pela Rede Record, se encarrega de mostrar o quão antiga é a doença e a própria prática do isolamento, substituída apenas recentemente com o advento da cura e do tratamento.

Itapuã hoje

As fotos do Hospital Colônia Itapuã atual são fruto de uma parceria com o Gabinete da Primeira-Dama do RS, que traz a mostra fotográfica do Coletivo NonDogma. As fotos são dedicadas a revelar a atualidade das dependências e do cotidiano dos moradores do hospital, fruto do convite feito pelo Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) e da parceria com o Museu de História da Medicina. As imagens realizadas pelas fotógrafas Sandra Genro - também médica e Primeira-Dama do Estado do RS - e Beliza Boniatti somam-se aos esforços de romper o isolamento imposto aos doentes e às suas famílias.

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