Muhm inaugura em março a mostra Mulheres e Práticas de Saúde: Medicina e Fé no Universo Feminino
O pioneirismo e a força das gaúchas será um dos destaques da próxima exposição do Museu de História da Medicina do Rio Grande do Sul (Muhm). A mostra Mulheres e Práticas de Saúde: Medicina e Fé no Universo Feminino vai homenagear a trajetória de médicas que venceram barreiras sociais e políticas para estudar, se formar e prestar atendimento médico quando a atividade era predominantemente masculina. O museu também vai mostrar o trabalho de outras mulheres, que não se tornaram médicas, mas que trouxeram luz para muitas pessoas: as parteiras. Algumas, com diploma. E, como a cura tem na fé uma grande aliada, também as benzedeiras terão espaço na exposição. A abertura oficial será no dia 07 de março, às 20h, na sede do Muhm, e a visitação normal inicia no dia 08 de março, Dia Internacional da Mulher.
A exposição vai recuperar histórias como a da primeira médica formada no Brasil, a gaúcha Rita Lobato, e suas sucessoras e conterrâneas Ermelinda Lopes Vasconcelos e Antonieta César Dias, além de Alice Maeffer, a primeira formada em solo gaúcho. Durante o lançamento da nova mostra também será inaugurada no museu a sala Rita Lobato.
A história das primeiras médicas formadas no Brasil será apresentada através de fotos, documentos e objetos. O destaque da sala dedicada às médicas será a reprodução de um figurino de época utilizado por Rita Lobato e objetos que pertenceram à pioneira, cedidos para o museu pela sua família, através de comodato. Para a confecção da roupa, o museu contou com o apoio dos cursos de graduação em Design em Moda e Tecnologia e de especialização em Moda, Arte e História, ambos da Feevale.
A relação com o presente será evidenciada pelo trabalho fotográfico de Felipe Henrique Gavioli, que registrou as entrevistas realizadas pelo historiador Éverton Quevedo para a exposição. Foram ouvidas dez médicas ainda atuantes de diferentes especialidades que, além de serem protagonistas do seu tempo - já que o crescimento da atividade profissional feminina ainda é recente - alcançaram níveis de excelência técnica e acadêmica.
Já as parteiras e benzedeiras foram escolhidas com o apoio da folclorista Elma Sant'Ana, que editou, em parceria com o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), dois livros com essa temática. Foram feitas entrevistas tanto em Porto Alegre como no Interior do estado, em municípios como Santa Maria, Ijuí, Uruguaiana, entre outros. Seus depoimentos estarão disponíveis para o público através de um vídeo feito especialmente para a exposição.
Segundo a diretora do Muhm, a historiadora Juliane Serres, a exposição vai unir a homenagem às mulheres e a história da medicina à produção de conhecimento e difusão cultural. "Durante a exposição Mulheres e Práticas de Saúde o Muhm vai realizar todas as quintas-feiras, no final da tarde, um evento diferente: conversas sobre saúde da mulher, história da medicina, literatura e atrações musicais", informa a diretora. A idéia de discutir obras literárias é tratar de livros de autores médicos ou não médicos que tenham abordado a medicina em seus trabalhos A programação poderá ser conferida no site do museu: www.muhm.org.br, que permite, ainda, uma visita virtual ao acervo, inclusive com peças que não estejam na exposição em andamento.
A sede do Muhm fica no prédio histórico da Beneficência Portuguesa, na Av. Independência, 270, Centro de Porto Alegre. As visitações podem ser feitas de terças a sextas-feiras, a partir das 11h, e aos sábados, domingos e feriados a partir das 14h, sempre até às 19h. A exposição vai até 13 de junho. Mais informações pelo fone (51) 3029.2900. O museu conta com um projeto de Ações Educativas para visitas de grupos de alunos a partir da 4ª série, que devem ser agendadas com antecedência. A entrada é gratuita.
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