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sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Inclassificável Ney

Ney Matogrosso vem a Porto Alegre em abril, mais precisamente nos dias 10 e 11. O novo show, "Inclassificáveis", reune canções de Cazuza, Chico Buarque, Jorge Drexler, Marcelo Camelo, Frejat, Caetano Veloso, Arnaldo Antunes e outros. São presença garantida os figurinos extravagantes assinados por Ocimar Versolato. No show Batuque, Ney trocava de roupa no palco, com uma cenografia que lembrava a praia de Copacabana. Vamos ver o que o próximo reserva.

Muhm inaugura em março a mostra Mulheres e Práticas de Saúde: Medicina e Fé no Universo Feminino

O pioneirismo e a força das gaúchas será um dos destaques da próxima exposição do Museu de História da Medicina do Rio Grande do Sul (Muhm). A mostra Mulheres e Práticas de Saúde: Medicina e Fé no Universo Feminino vai homenagear a trajetória de médicas que venceram barreiras sociais e políticas para estudar, se formar e prestar atendimento médico quando a atividade era predominantemente masculina. O museu também vai mostrar o trabalho de outras mulheres, que não se tornaram médicas, mas que trouxeram luz para muitas pessoas: as parteiras. Algumas, com diploma. E, como a cura tem na fé uma grande aliada, também as benzedeiras terão espaço na exposição. A abertura oficial será no dia 07 de março, às 20h, na sede do Muhm, e a visitação normal inicia no dia 08 de março, Dia Internacional da Mulher.

A exposição vai recuperar histórias como a da primeira médica formada no Brasil, a gaúcha Rita Lobato, e suas sucessoras e conterrâneas Ermelinda Lopes Vasconcelos e Antonieta César Dias, além de Alice Maeffer, a primeira formada em solo gaúcho. Durante o lançamento da nova mostra também será inaugurada no museu a sala Rita Lobato.

A história das primeiras médicas formadas no Brasil será apresentada através de fotos, documentos e objetos. O destaque da sala dedicada às médicas será a reprodução de um figurino de época utilizado por Rita Lobato e objetos que pertenceram à pioneira, cedidos para o museu pela sua família, através de comodato. Para a confecção da roupa, o museu contou com o apoio dos cursos de graduação em Design em Moda e Tecnologia e de especialização em Moda, Arte e História, ambos da Feevale.

A relação com o presente será evidenciada pelo trabalho fotográfico de Felipe Henrique Gavioli, que registrou as entrevistas realizadas pelo historiador Éverton Quevedo para a exposição. Foram ouvidas dez médicas ainda atuantes de diferentes especialidades que, além de serem protagonistas do seu tempo - já que o crescimento da atividade profissional feminina ainda é recente - alcançaram níveis de excelência técnica e acadêmica.

Já as parteiras e benzedeiras foram escolhidas com o apoio da folclorista Elma Sant'Ana, que editou, em parceria com o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), dois livros com essa temática. Foram feitas entrevistas tanto em Porto Alegre como no Interior do estado, em municípios como Santa Maria, Ijuí, Uruguaiana, entre outros. Seus depoimentos estarão disponíveis para o público através de um vídeo feito especialmente para a exposição.

Segundo a diretora do Muhm, a historiadora Juliane Serres, a exposição vai unir a homenagem às mulheres e a história da medicina à produção de conhecimento e difusão cultural. "Durante a exposição Mulheres e Práticas de Saúde o Muhm vai realizar todas as quintas-feiras, no final da tarde, um evento diferente: conversas sobre saúde da mulher, história da medicina, literatura e atrações musicais", informa a diretora. A idéia de discutir obras literárias é tratar de livros de autores médicos ou não médicos que tenham abordado a medicina em seus trabalhos A programação poderá ser conferida no site do museu: www.muhm.org.br, que permite, ainda, uma visita virtual ao acervo, inclusive com peças que não estejam na exposição em andamento.

A sede do Muhm fica no prédio histórico da Beneficência Portuguesa, na Av. Independência, 270, Centro de Porto Alegre. As visitações podem ser feitas de terças a sextas-feiras, a partir das 11h, e aos sábados, domingos e feriados a partir das 14h, sempre até às 19h. A exposição vai até 13 de junho. Mais informações pelo fone (51) 3029.2900. O museu conta com um projeto de Ações Educativas para visitas de grupos de alunos a partir da 4ª série, que devem ser agendadas com antecedência. A entrada é gratuita.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Música em POA

Porto Alegre está com uma agenda cultural bem movimentada nos primeiros meses do ano - considerando que tudo começa depois do Carnaval. Aliás, em março.

Já no dia 1º tem Milton Nascimento no Teatro do Bourbon Country, que também vai trazer a banda Steel Pulse (09), Fernanda Takai - que canta Nara Leão (14), Nico Nicolaiewsky (19), entre outros. É lá também que volta o espetáculo de tango "Uma noite em Buenos Aires" (15 e 16).

Quem perder essa, pode assistir o show "La magia del tango" no Teatro São Pedro (22 e 23), após a temporada de Tangos e Tragédias

O Teatro do SESI responde com Julio Iglesias (dia 04) e Paulinho da Viola (18). Isso só para falar de música e teatros grandes.

Em tempo: o show de Milton Nascimento conta ainda com o Jobim Trio, integrado por Paulo e Daniel Jobim (filho e neto do maestro, respectivamente) Paulo Braga. A turnê "Novas Bossas" traz músicas de Tom e Vinícius, Dorival Caymmi, além do próprio Milton.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Vem aí


A Fundação Iberê Camargo inaugura ainda em 2008 a sede do museu, no bairro Cristal - que mais ou menos ao mesmo tempo ainda vai ganhar o espaço cultural do também novo Barra Shopping - onde serão as apresentações do Cirque de Soleil.
Asfaltamento e vista do museu

Quem quiser acompanhar o andamento da obra do museu, pode acessar o site da fundação, no endereço http://www.iberecamargo.org.br/content/novasede/default.asp.

Leitura dinâmica de File


Embora ainda não tenha tido, pessoalmente, de conferir com a calma que é necessária do FILE – Festival Internacional de Linguagem Eletrônica, no Santander Cultural, a rápida olhada e os comentários de quem já fez a visitação corretamente e me recomendou são suficiente para indicar o potencial da mostra.

Local: Santander Cultural, Rua Sete de Setembro, 1028.
Data: 20 de fevereiro a 20 de abril de 2008.
Horário: Segunda à sexta-feira das 10h às 19h Sábados, domingos e feriados das 11h às 19h.
Entrada Franca.
Agendamento de grupos com a Ação Educativa - Tel.: (51) 3287-5940, de segunda a sexta-feira, das 10 às 16h.

Outra forma de saber mais sobre o tema é visitando o site http://www.file.org.br. Lá eles explicam que o FILE uma organização cultural sem fins lucrativos que há oito anos promove as novas mídias no contexto mundial, incentivando e divulgando uma compilação de produções artísticas no campo das artes eletrônicas e digitais, por meio de exposições, debates, palestras e cursos.

Como o processo é totalmente interativo, o tempo e a disposição são talvez mais importantes que em outras exposições. Não adianta passar e dizer "ah, eu vi a exposição". Olhou, mas não viu. É também um ótimo exercício de percepção para aplicar nas exposições "convencionais", se é que pode-se chamar assim.

Últimos dias da exposição Olhares sobre a História da Medicina no Muhm e novo horário

Com o final do horário de verão, desde de domingo (17), o Museu de História da Medicina do Rio Grande do Sul (Muhm) passa a receber visitantes no seu horário normal: de terças a sextas-feiras das 11h às 19h, sábados, domingos e feriados das 14 às 19h. Esta semana é também a última para apreciar a exposição Olhares sobre a História da Medicina, no prédio histórico da Beneficência Portuguesa, na Av. Independência, 270, Centro de Porto Alegre. A mostra encerra no dia 22 de fevereiro. O Muhm ficará então fechado para o público por duas semanas, quando inaugura a próxima exposição: Mulheres e Práticas de Saúde - Medicina e Fé no Universo Feminino.

Constituída de dez painéis e um rico acervo, a mostra atual já foi visitada por mais de 1.500 pessoas, desde que inaugurou a nova sede do Muhm. Olhares registra a evolução do tratamento da saúde humana, desde os tempos em que a doença era vista como ação de forças do mal e tratada por feiticeiros e sacerdotes, até o avanço dos estudos acerca da anatomia (estrutura) e fisiologia (funcionamento) do corpo humano, o que permitiu a identificação das causas das doenças, revelando um novo agente de cura: o médico. Entre as principais atrações estão documentos e objetos doados por famílias de médicos que atuaram no Rio Grande do Sul. Além de materiais comuns aos profissionais da época, há também peças desenvolvidas pelos médicos para auxiliar em seu trabalho, como o phantom, que representa a pelve feminina e ajudava nas aulas do curso de partos. Um esqueleto humano importado da França para o estudo de anatomia, diplomas de diferentes faculdades de medicina – incluindo um do tempo do Império, livros e móveis completam o cenário.



Homenagem às mulheres

A partir de 08 de março, marcando o Dia Internacional da Mulher, o Muhm vai destacar o pioneirismo das gaúchas na história da medicina brasileira, a partir da trajetória de médicas que venceram barreiras sociais e políticas para estudar, se formar e prestar atendimento médico quando a atividade era predominantemente masculina.

A exposição vai reproduzir um pouco do contexto da época em que viveu a primeira médica formada no Brasil, a gaúcha Rita Lobato, e suas sucessoras Ermelinda Lopes Vasconcelos e Antonieta César Dias, além de Alice Maeffer, a primeira formada em solo gaúcho. Durante o lançamento da nova mostra também será inaugurada a sala Rita Lobato, dentro do Muhm.

Ícone de toda aluna de medicina, Rita Lobato nasceu em 1866, formou-se em 1887, com a tese Paralelo entre os métodos preconizados nas operações cesarianas, na Bahia. Seus estudos foram iniciados no Rio de Janeiro, quando Porto Alegre ainda não tinha faculdade de medicina. Após a morte do marido, com quem se casou dois anos após se formar, dedicou-se à política, sendo eleita a primeira vereadora do RS, na cidade de Rio Pardo, onde exerceu mandato até 1937. Ermelinda Lopes Vasconcelos formou-se em 1888, no Rio de Janeiro, e especializou-se na França fazendo também cursos na Alemanha. Antonieta César Dias nasceu em 1869 e ingressou na faculdade com 15 anos. Formou-se em 1889, também no Rio. No Rio Grande do Sul, Alice Maeffer foi da primeira turma da FMPOA, concluindo o curso em 1904. Deixou a profissão ao casar com um médico, seu colega de turma, e mudar-se para Antonio Prado.

Outras histórias também serão contadas nesta mostra, como a de algumas médicas ainda atuantes que, além de serem pioneiras, já que o crescimento da atividade profissional feminina ainda é recente, alcançaram níveis de excelência técnica e acadêmica.

O Muhm também vai mostrar o trabalho de outras mulheres, que não viraram médicas, mas que trouxeram – literalmente – luz para muitas pessoas: as parteiras. Algumas, com diploma, sim, do curso de Partos, que em Porto Alegre, foi um dos embriões da Faculdade de Medicina, junto com o de Farmácia. E, como a cura tem na fé uma grande aliada, também as benzedeiras terão espaço na exposição.



Cultura e serviços: Quintas no Museu

Durante a exposição Mulheres e Práticas de Saúde o Muhm realizará, sempre às quintas-feiras, no final da tarde, um evento diferente: conversas sobre saúde da mulher, saraus para discutir obras de autores – médicos ou que tenham abordado a medicina em seus trabalhos – além de atrações musicais. A programação poderá ser conferida no site do museu: www.muhm.org.br, que permite, ainda, uma visita virtual ao acervo, inclusive com peças que não estejam na exposição em andamento.


Entrevistadas

Ao todo, serão 20 mulheres - 10 médicas, cinco parteiras e cinco benzedeiras que representarão o universo retratado na exposição. Conheça algumas delas.


Médicas

Themis ReverbelEntre as ouvidas pela equipe do Muhm estão a MD. Themis Reverbel da Silveira, formada em 1964 na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A MD. É doutora em Medicina Genética e atua na área de Hematologia Pediátrica.








Rita SoutoMD. Rita Suzana Camargo Souto, formada em 1959, é da primeira turma médica da Faculdade de Medicina de Santa Maria e também fará parte da exposição. Especialista em Pediatria, atualmente exerce atividades na Associação dos Funcionários Públicos do Estado.















Valderes AchuttiMD. Valderes Antonietta Robinson Achutti, formou-se na Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 1960. Foi médica clínica da Secretaria da Saúde e do Meio Ambiente do Estado, na época a única profissional mulher do Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Ferroviários e Empregados do Serviço Público (IAPFESP).
















Parteiras e Benzedeiras

Miguelina SilvaDona Miguelina Maria de Lemos e Silva é a quilombola mais idosa do Estado, com 105 anos. Ela vive em uma comunidade no interior de Mostardas, e já havia sido entrevistada para o livro Benzedeiras e Benzeduras, de autoria de Elma Sant'Ana e Delizabete Seggiaro, editado pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), e agora fará parte da exposição Mulheres e Práticas de Saúde, em março deste ano.








Iara de ÁvilaA equipe do Muhm entrevistou tanto parteiras "curiosas", como eram chamadas as que não tinham formação, como parteiras que estudaram para esta função. É o caso de dona Iara Tavares de Ávila, de Porto Alegre. Sua trajetória também fará parte da exposição.