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sexta-feira, 17 de junho de 2011

Jornalistas até debaixo d'água!

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Foi com chuva, mesmo: neste 17 de junho, 2 anos após a mais absurda decisão do STF, capitaneada pelo "Ministro-Empresário" Gilmar Mendes, os jornalistas gaúchos marcaram a data que deixou de exigir a obrigatoriedade do diploma de jornalista para exercer a profissão.

Com a alegação de que o diploma significa reserva de mercado e vai contra a liberdade de expressão os ministros foram, em 2009: contra a Educação, ao deixar de exigir qualificação mínima para o que não é simplesmente emitir opinião, mas apurar fatos, ouvir versões, estudar contextos e apresentar um conjunto de informações confirmadas, não simplesmente a opinião de quem contratou; contra o bem público, já que permite que assessorias de imprensa e órgãos públicos de jornalismo contratem quem  bem entendem, servindo de cabides de empregos; contra a qualidade da informação, já que não difere o texto opinativo e artigos de colunistas ou pessoas das mais diversas áreas e formações (inclusive nenhuma) de trabalho jornalístico; contra a inteligência das pessoas que são obrigadas a sustentar um Supremo Tribunal Federal desse (baixo) quilate, onde um "ministro" pode ser dono de cursinho preparatório para as provas da OAB e viajar pelo país divulgando o seu negócio. Querem que a população acredite que o STF luta pela liberdade de expressão. Por ela lutamos NÓS, JORNALISTAS. Eles aprovaram foi libertinagem de profissão. Se todos podemos fazer julgamentos, então todos podemos ser ministros do STF, é essa a lógica? Exigimos respeito à qualificação que tivemos e que FAZ diferença.

Enfim, foi contra tudo isso que os jornalistas protestaram hoje na Esquina Democrática, em Porto Alegre, ajudando a divulgar uma situação que não é devidamente divulgada exatamente pelo interesse sórdido de patrões da mídia com interesses escusos. Felizmente alguns colegas conseguem ter liberdade ou apoio suficientes para divulgar essa luta, mesmo que sem o espaço merecido. A todos esses colegas, que enfrentaram chuva, que enfrentam seus patrões e às vezes até seus próprios pares, minha homenagem.

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