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quarta-feira, 3 de março de 2010

Ainda acabo natureba: triste fim dos boêmios

Je vous parle d'un temps / Que les moins de vingt ans / Ne peuvent pas connaître... La Bohème... eu prefiro por Charles Aznavour, e quando escuto, imagino Toulouse-Latrec bebendo ao meu lado em Montmartre. Poderia também imaginar uma cena de A Dama das Camélias (alguém viu que escolheram o para interpretar Alexandre Dumas????) ao som de La Traviata.

Mas, como estamos no século XXI e não dá pra ir a Paris todo o dia, vou à Lima e Silva, na Cidade Baixa. Bom, ia... ou ao menos terei de ir bem menos. Você pode ainda não saber, mas, depois dos 30, seus dias de boemia estão contados. Se chegou lá, está perto, ou recém passou, e ainda não sabe o que é uma gastrite, levante as mãos para o céu. Mas o destino é cruel: se antes os boêmios morriam de tuberculose, cirrose - ou alguma overdose - certamente antes disso eles devem ter passado por algumas 'ites'. A minha é a esofagite, cujo único ponto positivo foi descobrir que o tamanho do abdômen - a Samanta - afinal, tinha uma explicação plausível, não era apenas tecido adiposo e 'recheio'. Afinal, eu até estou me comportando melhor, com direito a atividade física. Só que tantos anos de barzinhos no lombo não se desfazem assim, 'por encanto', e o corpo cobra caro o abuso. Não que eu vá me render assim, fácil, nem virar vegetariana vegan (que eu nem sei o que é exatamente). Porém... aos poucos, vou ter que encarar a realidade: o tempo passa.


(Tirinha de Cibele Santos que está também no topo de @leticiacastro79)

Há quem diga que a culpa é da profissão, que está no gene de todo jornalista. No livro 'A rotativa parou! - Os últimos dias da Última Hora de Samuel Wainer', de Benício Medeiros, há várias menções sobre isso, inclusive um fato bastante engraçado: ele relata o caso de um jornalista que morava próximo à praia e tinha o saudável hábito de nadar antes de ir trabalhar, mas, na volta do mergulho, tomava todas, o que já não era tão saudável assim. Um dia, o dito cujo chegou à redação estranho, e após alguma insistência acabou confessando que visualizou um cavalo em plena sala de estar. Depois de achar (e seus colegas também, provavelmente) que tanta bebedeira já estava fazendo efeito neurológico, os colegas o acompanharam até em casa, e, por incrível que pareça, havia mesmo um cavalo na sala... Quer saber mais? Leia o livro, vale a pena (e o 'Quase tudo', da Danusa, para complementar o assunto).

Enfim... é preciso buscar o equilíbrio (algo que pessoas alcoolizadas perdem rapidinho). Para alguns ainda dá tempo, para outros, não. Até saber qual é o seu caso, tente o caminho do meio. É o que estou fazendo. E me informando.

Saiba mais sobre Esofagite
http://www.andersoncosta.org/blog/2008/01/31/o-que-e-a-esofagite-e-como-cheguei-ate-ela/
http://esofagite.blogspot.com/
http://www.mdsaude.com/2009/03/hernia-de-hiato-refluxo-gastroesofagico.html
http://www.gastrocentro.unicamp.br/endo/pdf/esofagites.pdf

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