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sexta-feira, 8 de junho de 2007

Objetividade jornalística




Não adianta negar, a objetividade e a isenção são características questionáveis no ser humano, especialmente quando o assunto é naturalmente passional. Política, religião, futebol? Acho difícil. Pode até ser "sem querer".

Vejamos o exemplo da conquista da Tríplice Coroa pelo Internacional, ontem, em Porto Alegre. Uma rápida busca nos principais sites de notícias nacionais mostra uma diferença gritante nas fotos com relação às escolhidas pela imprensa daqui. Poderia-se dizer que é natural, mas vamos analisar um pouco melhor: como essa mesma imprensa nacional trata as conquistas de um time brasileiro do centro do país sobre um time estrangeiro? Qual o destaque dado? E que tipo de fotos são escolhidas? Talvez fora do centro, não estejamos representando o Brasil quando jogamos com um time de fora.

Por aqui, fotos na capa e contracapa, a primeira normalmente com cenas da comemoração e da taça, e depois de lances do jogo, dando prioridade aos rostos dos jogadores. Por lá, fotos de lances no ar, um tanto atrapalhados, ou de costas - como a do site Globo.com, e olhe que é uma das melhores, porque traz todos os jogadores que fizeram gol na partida... só que na contracapa do Correio do Povo (a resolução não ajuda, mas dá pra ter uma idéia) eles estão de frente - ou pior, sem foto. E a expressão dos jogadores, de frente, diz muito mais. Coisas das diversas edições pelas quais a notícia passa até chegar à sua forma final. E, com o advento da Internet, pode-se analisar também quanto tempo se leva para chegar à notícia, se ela está na home do site ou se é preciso entrar na editoria esportiva e aí procurar o assunto. O radialista de Santos só externou o que a gente sabe que os outros queriam dizer há muito tempo.

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